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Orçamento Familiar – A Principal Ferramenta de Poupança

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Orçamento Familiar – A Principal Ferramenta de Poupança

4 min Partilhar 20 de Maio, 2016

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Enquanto formadores de finanças pessoais e familiares, perguntamos com frequência aos nossos formandos se conseguem poupar algum dinheiro. A primeira reacção é sempre a mesma: “com tão pouco ainda nos pedem para poupar?”.

Apesar desta ser a reacção mais comum e imediata, acabamos depois por dizer, de uma forma objectiva e exigente, que aqueles que não têm por hábito construir um orçamento familiar, têm menos legitimidade para dizer que não conseguem poupar. Com este artigo, iremos procurar explorar as principais potencialidades do orçamento familiar como principal ferramenta de poupança.

As Receitas são a Parte Central do Orçamento Familiar

Muitos são os portugueses que respondem “SIM” à pergunta “Faz um Orçamento Familiar?”. Contudo, quando procuramos detalhar esta pergunta, verificamos que aquilo que as pessoas têm é uma noção (de cabeça) das despesas que têm ao longo do mês e isto está longe de ter um Orçamento Familiar.

Em primeiro lugar, defendemos que o Orçamento Familiar tem obrigatoriamente que partir das Receitas (devem ser as Receitas a parte central do Orçamento). Caso contrário, são as despesas que nos “consomem” ao longo do mês, não tendo nós um controlo efectivo sobre o destino que damos ao nosso dinheiro sendo, mais cedo ou mais tarde, levados a viver acima das nossas possibilidades e a recorrer ao crédito para fazer face às nossas despesas do dia-a-dia.

Identifique Todas as Suas Receitas

Identificar as nossas receitas é talvez a parte mais simples e fácil do orçamento, mas nem por isso deve ser descorada. Aqui, devemos fazer um esforço por identificar TODAS as receitas, por muito insignificantes que possam parecer (para além do vencimento, devemos considerar o nosso subsídio de alimentação, eventuais abonos de família, subsídios ou até mesmo um pequeno prémio que recebemos numa raspadinha…).

Em segundo lugar, o Orçamento Familiar não pode ser feito de cabeça porque, quando o fazemos dessa forma, somos pouco rigorosos e objectivos, acabando por não conseguir identificar, no concreto, quais os nossos padrões de consumo e de poupança. Por outro lado, quando fazemos o orçamento de cabeça, tendemos a arredondar os valores das nossas despesas o que é meio caminho para não conseguir estipular objectivos realistas de corte de custos e consequente geração de poupança.

Como Equilibrar o Orçamento Familiar

Como vemos, o Orçamento Familiar não é mais do que uma relação entre Receitas e Despesas. O nosso esforço deve ir no sentido de garantir que a diferença entre estas duas rúbricas (Situação Líquida) seja positiva, o que nos obriga muitas vezes a ajustes nos nossos padrões de vida, tão essenciais se queremos caminhar no sentido da nossa independência financeira. Conseguimos uma situação líquida positiva de uma de duas formas: ou aumentando as nossas receitas, ou diminuindo as nossas despesas.

Não se esqueça que é mais fácil poupar dinheiro do que ganhar dinheiro!

Fazer crescer as Receitas é talvez a tarefa mais difícil (é mais fácil poupar 1€ do que poupar 1€), mas nem por isso impossível. De facto, temos vivido de perto histórias de vida absolutamente fantásticas de famílias que, para conseguirem ganhar mais dinheiro, optam por ter um segundo emprego, por realizar trabalhos remunerados (ex.: cozinhar para fora, fazer bricolage ou dar explicações) ou por vender coisas que já não usam.

Por outro lado, não nos podemos esquecer dos (poucos) Apoios do Estado que ainda existem (aqui, temos de deixar o pouco de “Dona Inércia” que podemos ainda ter dentro de nós e pesquisar, para nos informarmos, junto das juntas de freguesia, da Segurança Social ou das Finanças, de que apoios pode a nossa família beneficiar).

E as várias despesas?

Já do lado das Despesas, podemos dividi-las entre Despesas Essenciais (encargos realmente necessários e que não podem ser cortados) e Despesas de Desperdício (encargos que podem ser reduzidos, total ou parcialmente). Dentro das Despesas Essenciais, existe uma que tipicamente não classificamos como tal e que, no nosso entender de formadores especialistas na temática das finanças pessoais e familiares, é tão importante como pagar a Renda ou a Alimentação – Poupança.

Despesas Essenciais

Depois da Poupança, existem outras despesas essenciais à nossa vida, como a Renda, a Água, o Gás, a Electricidade, a alimentação em casa, etc. São despesas onde dificilmente encontraremos “gorduras” passíveis de redução, apesar de tal ser mesmo assim possível com algum esforço (por exemplo, ao nível da Electricidade, todas as famílias que beneficiem de Abono de Família, independentemente do escalão em que estiverem inseridas, têm direito à chamada Tarifa Social, correspondente a 13,50% de desconto sobre o consumo de electricidade).

É Errado Fazer Despesas de Desperdício?

Já no lado das Despesas de Desperdício, podemos encontrar caminhos de corte de custos e consequente geração de poupança. Podemos dividir as despesas de desperdício em dois tipos: despesas que resultam de obrigações contratuais (atenção, não estamos a dizer que não devemos cumprir os nossos contractos) e despesas menos essenciais ou superficiais.

Importa fazer uma nota: não nos cabe a nós fazer juízos de valor no sentido de dizer o que é (ou não) essencial ou desperdício. Esse exercício deve ser feito em família, conversando marido e mulher sobre o que é prioritário. Depois, devem ajustar os seus padrões de vida a essas mesmas prioridades.

Dentro das despesas de desperdício, encontramos despesas como Telecomunicações, Prestação Automóvel, Prestação de Crédito Pessoal, Seguro de Saúde, Seguro Automóvel, Alimentação Fora de Casa, etc. De facto, estes são exemplos de despesas que podem ser reduzidas com alguma criatividade e esforço.

Algumas Dicas de Poupança

Por exemplo, quantos de nós contactamos periodicamente com a nossa empresa de telecomunicações, no sentido de rever o preço que actualmente pagamos. Sabemos que os portugueses não têm ainda vincado este hábito, acabando por desperdiçar oportunidades efectivas de poupança. De facto, por muito que estejamos dentro do chamado período de fidelização de 2 anos, diz-nos a experiência que as empresas de telecomunicações são cada vez mais voláteis e abertas a reduzir os preços aos clientes que manifestem a sua insatisfação com os preços que actualmente pagam.

Quem se refere ao Serviço de Telecomunicações, refere-se igualmente a despesas como Prestação Automóvel ou Crédito Pessoal. De facto, ao abrigo de legislação recente, os bancos estão cada vez mais receptíveis para rever o valor destas prestações (taxas de juro, prazos, montantes, etc.) aos clientes que comuniquem que estão com dificuldades em fazer face aos seus compromissos. A este respeito, já conhece o serviço de Consolidação e Renegociação de Créditos da Reorganiza?

Ainda dentro das despesas de desperdício, tem o leitor por hábito contactar as suas Seguradoras para reduzir os prémios que actualmente paga? Já pensou, por exemplo, porque motivo é que as seguradoras não reduzem anualmente o prémio que pagamos pelo nosso Seguro Automóvel, acompanhando assim a desvalorização do nosso carro? De facto, por contraproducente que possa parecer, temos que ser nós a ter o hábito de contactar periodicamente as nossas seguradoras para conseguir prémios mais vantajosos e competitivos. A este respeito, se não tiver muita disponibilidade para ter este trabalho, aconselhamo-lo a conhecer o Serviço de Optimização de Seguros da Reorganiza.

Vemos agora como o Orçamento Familiar – quando bem desenhado e utilizado com critério – pode ser uma poderosa ferramenta que nos ajuda a identificar despesas passíveis de redução.



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