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13 dicas para liquidar dívida do cartão de crédito

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13 dicas para liquidar dívida do cartão de crédito

7 min Partilhar 7 de Fevereiro, 2023

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Liquidar a dívida do cartão de crédito deverá ser o seu objetivo mais imediato numa altura em que as taxas de juros continuam a subir e a inflação parece não querer abrandar. Ao liquidar a dívida no cartão de crédito, não vai ter um alívio no seu orçamento mensal? Tem aí a razão por que deve fazê-lo depressa.

O uso do cartão de crédito tornou-se num hábito no nosso dia a dia, mas não quer dizer que seja um bom hábito. Aliás, até podemos dizer que é um mau hábito, já que a sua utilização frequente e a sua má gestão pode desequilibrar o nosso orçamento mensal e em última instância levar a um agravamento das nossas dívidas financeiras.

Porque é um mau hábito usar o cartão de crédito?

Ao usarmos o cartão de crédito para pagar as nossas compras não temos na realidade a noção precisa de que estamos a gastar dinheiro. Sabemos que estamos a usar o nosso plafond, mas a menos que façamos um controlo apertado do mesmo, a noção do valor total que gastámos num mês é muito ténue.

E isto porque estamos a gastar dinheiro do nosso plafond e não da nossa conta bancária diretamente. E é ainda pior se usarmos o cartão de crédito frequentemente. Quem sabe ao certo a todo o momento quanto é que já gastou com o seu cartão de crédito? Seguramente poucos de nós. De facto, na maioria dos casos só temos noção do que gastámos quando chega o extrato do cartão e sabemos que montante temos de pagar.

Seja sincero, quantas vezes ao receber o extrato do seu cartão, não olhou para ele e pensou como teria gasto tanto dinheiro?  Certamente muitas vezes.

Mas é claro não é o único habito que pode desequilibrar o nosso orçamento, existem outros que pode ficar a conhecer aqui

Porque parece que a minha dívida no cartão de crédito não pára de aumentar?

O mais certo é ter optado por não ter um pagamento de 100% do saldo do seu cartão. Provavelmente ao contratar o cartão pensou que para aliviar o seu orçamento optar pelo pagamento parcial seria o melhor, já que significaria que iria pagar as suas compras a prestações.

Nada de mais errado, na realidade ao estar a prolongar o pagamento no tempo, está a encarecer a compra e a agravar a sua situação financeira, já que paga juros (e altos) sobre o montante que transitar para o mês seguinte. E como no mês seguinte também não irá pagar na sua totalidade, sobre o valor que transitar irá pagar novamente juros. Ou seja, está a gerar o efeito bola de neve na sua dívida. Dito de outra maneira, a dívida não pára de aumentar até porque os juros são muito altos.

Os juros do cartão de crédito são mais altos que os do crédito pessoal

Quando contratou o contratou o cartão de crédito provavelmente não reparou que a sua taxa de juros era superior à do credito pessoal, mas de facto é.

De acordo com as taxas máximas permitidas pelo Banco de Portugal, para os cartões de crédito emitidos no primeiro trimestre de 2023, a taxa máxima é de 15,7% enquanto para o crédito pessoal sem finalidade especifica é de 13%.

As taxas dos cartões de crédito em vigor não são atualizadas

Este é outro dos problemas dos cartões de crédito. Enquanto que para os créditos pessoais as taxas de juro aplicáveis são ajustadas na data da renovação do indexante, em função das taxas máximas divulgadas pelo Banco de Portugal, o mesmo não acontece com as taxas de juro do cartão de crédito.

A taxa de juro é fixada aquando adere ao cartão de crédito e fica imutável. O que pode ser bom num cenário de subida de taxas de juros, mas prejudicial no cenário de descida de taxas. Ou seja, se quando adquiriu o seu cartão a taxa estava mais alta, ela não se altera.

Veja novamente as taxas máximas divulgadas. Quem contratou o cartão de crédito entre setembro e dezembro do ano passado sobre o saldo em dívida irá pagar juros à taxa de 16%, mas se tivesse contratado em janeiro a taxa seria apenas de 15,7%. E pior seria se o cartão ainda fosse mais antigo.  Veja no seu extrato a taxa que lhe está a ser aplicada (o meu cartão de crédito, por exemplo, tem uma taxa de 27,350%, pelo que o pagamento parcial seria altamente prejudicial).

O cartão de crédito desequilibra o seu orçamento mensal

Para que as nossas finanças pessoais estejam equilibradas a regra de ouro é só gastar durante o mês o valor dos rendimentos desse mês.

Ora, ao usar o cartão de crédito está a gastar dinheiro que tem de pagar no mês ou meses seguintes, ou seja, já está a desequilibrar o seu orçamento desses meses. E com isso pode estar a comprometer o seu equilíbrio financeiro.

Se por exemplo tem um rendimento mensal líquido de 1.300€ e fez compras este mês com o cartão de 300€, significa que se pagar na totalidade este valor na próxima data de pagamento do cartão de crédito, no próximo mês tem um rendimento disponível apenas de 1.000€.  Convencido?

Claro que ter um cartão de crédito pode ser útil nalgumas situações. Mas o seu uso requer uma gestão eficiente do mesmo. Mas existem despesas que não deve mesmo pagar com cartão de crédito. E sobretudo não se esqueça que o plafond não é um rendimento extra é um valor que tem de pagar.

Porque deve liquidar, e já, a dívida do seu cartão de crédito?

Se não paga o saldo do seu cartão a 100% então certamente tem uma divida que vai pagar todos os meses, e sem estar a amortizar a totalidade da percentagem que escolheu em capital em dívida.

Vejamos um exemplo.

Contratou um cartão de crédito com uma taxa de juro de 16% e com pagamentos parciais de 15%. Fez uma compra de 500€ e fez uma conta simples de que ira pagar 15% em cada mês ou seja 75€, o que significa que a sua compra fica paga em 6,6 meses.

Mas na realidade não é assim.

No primeiro mês paga 75€ passando para o mês seguinte 425€. No mês seguinte sobre esse montante paga juros de 425€ x 16% x 30/360 = 5,6€. Ou seja, a sua divida não é de 425€ mas sim de 430,60€. É sobre esse montante que paga 15% no mês seguinte ou seja 64,59€. E transita para o mês seguinte 366,01€, quando pelas suas contas só devia 350€.

E o ciclo repete-se todos os meses: a compra que fez fica mais cara e a dívida continua por mais meses do que teria previsto.

Mas claro isto se assumirmos que nesse mês não fez mais compras com o cartão. Veja quanto do seu orçamento mensal se destina a pagar a dívida do cartão de crédito. Certamente se a liquidar pode ser uma ajuda para compensar o aumento das taxas de juros de outros empréstimos ou o aumento do custo de vida causado pela inflação.

Mas como pode liquidar a dívida do seu cartão de crédito?

Se ficou convencido que deve liquidar rapidamente a dívida do seu cartão de crédito, saiba que existem várias maneiras de o fazer e depressa.

Algumas mais fáceis do que outras, mas todas envolvendo empenhamento e determinação da sua parte e sobretudo mudar de hábitos. Fazemos-lhe o roteiro da etapas que tem de seguir.

1 Fixe o valor da sua dívida

Veja no seu último extrato o valor que tem em dívida. Este é o valor máximo da sua dívida.

2 Deixe de usar o cartão de crédito

Se fixou o valor máximo da sua dívida, é claro que não a pode aumentar fazendo novas compras com o mesmo. Assim, deixe de usar o cartão de crédito. Opte por andar com dinheiro e pagar com ele as suas compras, ao ver o seu dinheiro sair da carteira tem uma melhor noção do que está a gastar.

3 Avalie a sua capacidade financeira

Chegou a altura de definir como pagar a dívida.

Se tem poupanças de lado que não estão afetas ao seu fundo de emergência, veja qual a taxa de taxa de juro que está a obter pela mesmas. Será seguramente inferior à taxa de juro que paga pelo montante em dívida no seu cartão de crédito. Será um valor que tem disponível para liquidar a sua dívida.

Mas se não é o seu caso, não desanime, existem outras formas de juntar dinheiro para liquidar a dívida do cartão de crédito.

4 Se tem poupanças extra amortize já parte da divida

Se chegou à conclusão que tem essas poupanças extras, faça já uma amortização à sua dívida. Caso o valor chegue para liquidar a dívida, fantástico problema resolvido. Mas pode fazer as etapas seguintes para liquidar outros créditos.

5 Faça contas aos seus gastos mensais e evite gastos desnecessários

Pegue no seu extrato bancários e veja o que gastou nesse mês que poderia ter evitado. Se por exemplo jantou fora todos os fins de semana com os amigos e gastou 100€, reduza os jantares para dois por mês enquanto não líquida a dívida. Ponha então 50€ de parte.

6 Reduza nos pequenos gastos de todos os dias

Toma dois cafés por dia na rua a 0,70€ cada? Tome apenas um, ao final do mês consegue ter de lado mais 21€ para amortizar a sua dívida. Juntando o valor dos jantares já tem 71€ para amortizar a dívida do seu cartão de crédito.

7 No supermercado compre produtos de marca branca

No supermercado opte por comprar produtos de marca branca cuja qualidade é na sua generalidade muito boa. Ou então compre em promoção. Veja os preços e a diferença guarde para amortizar a dívida. Diríamos que mesmo com o aumento da inflação por mês irá conseguir juntar entre 40€ a 50€.

8 Venda o que não precisa

Aproveite para dar uma volta aos seus armários. Venda o que já não usa em sites online de produtos em segunda mão. Para liquidar a dívida toda a ajuda é bem-vinda. É mais um valor que pode pôr de lado.

9 Antes da data de pagamento veja quanto já juntou e amortize a dívida

Todo o dinheiro que juntou utilize-o para amortizar parcialmente a dívida. Veja no seu extrato a data até à qual pode fazer uma amortização adicional do valor. Faça-a.

Mas lembre-se que o valor acordado para pagamento será sempre debitado. De qualquer maneira a dívida que passa para o mês seguinte será sempre menor.

10 Faça um pagamento extra antes da data de pagamento

Todo o dinheiro que juntou no mês utilize-o para amortizar parcialmente a dívida. Veja no seu extrato a data-limite para o poder fazer. Mas lembre-se que o valor acordado para pagamento parcial é sempre debitado.

11 Veja o extrato seguinte

Com a amortização parcial que fez no extrato seguinte a sua dívida já baixou. Agora é só repetir as etapas 5 a 8 até a dívida estar completamente liquidada.

12 Após liquidação da dívida mantenha o hábito de poupar para amortizar a dívida

Se já liquidou esta dívida continue com o bom hábito de não usar o cartão de crédito. Mas certamente até já se habitou a poupar e ter um dinheiro extra. Porque não continuar e amortizar outros créditos? Só assim conseguirá no futuro viver sem a pressão das dívidas financeiras.

Tem ainda a opção de transformar a dívida num crédito pessoal

Se sente que nada do que foi dito pode ser exequível para si, mas quer mesmo liquidar a sua dívida do cartão de crédito (ou de vários cartões de crédito) ainda tem mais uma opção ao seu dispor: transformar essa dívida num crédito de pessoal.

Tem a vantagem de ter uma taxa de juro mais baixa e poder pagar num período mais longo, baixando o que gasta mensalmente com o pagamento da dívida do(s) seu(s) cartão(ões) de crédito.

Mas claro a premissa de que não deve usar mais o seu cartão de crédito mantém-se. De que serve pagar uma dívida se de seguida irá contrair mais dívidas?

Lembre-se libertar-se de dívidas implica empenhamento e determinação da sua parte e sobretudo mudar de hábitos.

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