Todos nos questionamos sobre o nosso futuro nos mais diversos aspectos. Pensamos no futuro social, económico, cultural… mas poucas vezes fazemos uma reflexão séria e consequente sobre o nosso futuro financeiro.
No domínio pessoal a não assimilação da necessidade de criar uma estrutura poderá representar um retrocesso na sua vida financeira. Já no domínio familiar tal ausência representará, seguramente, uma hipoteca das gerações futuras. Isto é, da própria estabilidade dos seus filhos e netos.
Qual a Mensagem que Pretende Passar?
Não seria mais fácil educar financeiramente os seus filhos demonstrando a diferença entre necessidades e desejos, a diferença entre equilíbrio e desequilíbrio, a diferença entre possuir dinheiro e não possuir dinheiro?
Senão vejamos, o seu filho pede-lhe um par de calças de marca, ou seja, é um desejo dele possuir umas calças de marca. Será que ele compreenderá que a necessidade de umas calças de ganga pode ser satisfeita com um par de calças sem necessitar de ser marca?
Uma pizza é uma Necessidade ou um Desejo?
Parece-lhe um exemplo óbvio? Observe ainda um pedido de um filho para comer uma pizza. Será a pizza uma necessidade ou um desejo? Não poderá ser satisfeita por algo mais saudável?
Não é o dinheiro que está em causa, mas sim a mensagem que se pretende passar. Uma mensagem que irá acompanhar os seus filhos ao longo das suas vidas e que influenciará na tomada de decisões, quer sejam financeiras ou pessoais. A verdade é que cada vez mais a nossa sociedade vive de salário em salário e, com a atual crise económica, existem mesmo famílias que a meados do mês já não possuem qualquer dinheiro para viver.
Como olham os seus filhos para a Poupança?
A poupança apesar de ter aumentado, porque existe uma maior preocupação das famílias em precaver o futuro, a educação financeira não acompanhou tal mudança. Continuam as famílias a tomar decisões baseadas nos desejos e não nas necessidades e até já programaram psicologicamente suas mentes para aceitar esta necessidade de poupança como algo temporário, que acaba com o fim da crise. Novamente a imagem que se passa para os nossos filhos é que poupar é durante a crise, pois existe pouco dinheiro.
A Importância de ter um Plano Partilhado
Não deveríamos estar constantemente a planear o nosso futuro financeiro e a partilhar os resultados desse planeamento com todos os que diretamente se relacionam. Definitivamente um plano para o futuro financeiro é uma das melhores estratégias para as suas finanças pessoais, mas também é a melhor ferramenta educacional para os seus filhos.
Estes compreenderão que existem prioridades de curto, médio e longo prazo para toda a família, devido a necessidade de gerir corretamente o dinheiro, e levarão para a idade adulta um ensinamento de valor incalculável.
Não existe maior educação financeira senão aquela da qual somos exemplo. Nem existirá melhor previsão de futuro financeiro senão a imagem do futuro que criamos para nós e para os nossos filhos.