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Obrigações do Tesouro de Rendimento Variável

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Obrigações do Tesouro de Rendimento Variável

4 min Partilhar 23 de Janeiro, 2017

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Obrigações do Tesouro

Neste artigo iremos olhar com atenção para as Obrigações do Tesouro de Rendimento Variável disponíveis para as famílias, para as suas potencialidades e riscos e compará-lo com outras alternativas disponíveis no mercado.

O Que São Obrigações Do Tesouro?

Obrigações do Tesouro (OT) são títulos de dívida pública. Ao comprar uma OT está a emprestar dinheiro a um País, para que este possa fazer face às suas despesas ou investimentos. Como veremos adiante, todas as obrigações têm um conjunto de características:

  • Emitente – Quem pede dinheiro emprestado;
  • Possibilidade de transação em mercado – Pode comprar e vender quando quiser;
  • Taxa de juro – Também denominada como taxa de cupão (com reduzidas exceções). É uma taxa anual, apesar de poder ser paga com outra periodicidade (por exemplo, uma taxa anual de 2% representará uma taxa semestral de 1%);
  • Prazo – Momento de devolução do dinheiro pelo emitente ao comprador da obrigação;
  • Valor Nominal – Assemelha-se ao preço das ações. Preço ao qual é emitida a obrigação.

Vale a Pena Comprar Obrigações do Tesouro?

A compra de obrigações do tesouro é algo que pode fazer sentido numa carteira de investimento diversificada. Claro que nem todos os produtos são adequados a todos os investidores ou a todos os momentos de mercado, especialmente se estivermos a falar de produtos com risco ou incerteza nos rendimentos. Assim, sugerimos duas regras de prudência:

  1. Compre apenas produtos cujas potencialidades e riscos conhece e com os quais está confortável;
  2. Não concentre todo o risco da sua carteira num único produto (ou seja, diversifique).

Qual o Risco das Obrigações do Tesouro de Rendimento Variável?

As Obrigações do Tesouro de Rendimento Variável são produtos com risco. Do rol de riscos que corre chamamos a atenção para os seguintes:

  • Risco de Crédito – Quem empresta dinheiro a alguém corre o risco desse alguém não lhe devolver o dinheiro de volta. Este é o risco de crédito. Para medir o risco poderá recorrer a agências de Rating (e aqui Portugal não está muito bem cotado) e ter alguma sensibilidade ao momento político, económico e financeiro do país.
  • Risco de Mercado – As obrigações do tesouro são transacionadas num mercado financeiro. Deste modo, estão permeáveis às oscilações do preço, que acabam por estar relacionadas com a perceção de risco de crédito referido anteriormente. Adicionalmente, é um risco que depende do sentimento dos investidores, que como sabemos tem muito pouco de racional. Se mantiver as obrigações até à maturidade saiba que não corre este risco de mercado.
  • Risco de Taxa de Juro – Um último risco que se prende com a possibilidade das obrigações deixarem de ser atrativas face a produtos alternativos. A bem da verdade, se estamos a falar de obrigações com um rendimento variável, este risco é diminuído pois se as taxas de juro de mercado começarem a subir, o rendimento destas obrigações irá ser ajustado (não implicando na desvalorização destas obrigações).

Características das Obrigações do Tesouro Rendimento Variável Maio 2021

  • Montante mínimo de subscrição – €1.000 e possibilidade de compra de montantes adicionais em lotes de €1.000;
  • Investimento Máximo de €1.000.000;
  • Prazo – 5 anos (reembolsado em Maio de 2021);
  • Taxa de Juro – Euribor a 6 meses + 2.20% (a taxa mínima é de 2.20% o mesmo será dizer que não admite Euribor negativa);
  • Onde Comprar – Em qualquer balcão dos Bancos BPI, CGD ou NovoBanco.

Vale a Pena Comprar?

Com taxas de juro de depósitos a prazo tão baixas podemos ser tentados a comprar estes produtos de “olhos fechados”. No entanto, sugerimos que tenha em atenção o seguinte:

  • Taxa de Juro – A taxa de juro oferecida é potencialmente interessante, mas tenha em atenção o valor das comissões que falaremos de seguida. Sendo taxa variável protege o investidor para a eventualidade de subida das taxas de juro de mercado;
  • Estabilidade do Produto – O Estado não pode mudar as regras unilateralmente, o que confere uma maior previsibilidade (o que não foi visível no passado no caso dos certificados de aforro, por exemplo);
  • Comissões – Para comprar, manter, receber juros e vender as obrigações irá ter de pagar comissões ao seu banco. Estas comissões podem ser de tal maneira elevadas que poderá tornar estes produtos muito pouco atrativos;
  • Prazo – Garanta que não necessita do dinheiro nos próximos 5 anos pois se precisar de vender antes dessa altura irá incorrer no risco de mercado que falámos anteriormente;
  • Risco – Supostamente emprestar dinheiro ao Estado deveria ser o investimento com menos risco no mercado… no entanto, é um risco em teoria, especialmente se considerarmos que não existe um Fundo de Garantia de Obrigações…
  • Montante – Se tiver montantes para investir acima de €50.000 talvez faça mais sentido ir diretamente ao mercado de capitais para fazer a sua compra…
  • Diversificação – Ao investir nestes produtos garanta que consegue diversificar os seus riscos.

As OT são Melhores do Que os Depósitos a Prazo?

Se compararmos as OT com depósitos a prazo a 5 anos vemos que estes produtos são potencialmente melhores quer em termos de risco quer em termos de retorno. Assim, se tiver a possibilidade de investir mais de €5.000 e para um prazo de 5 anos, deverá optar pelas OT em detrimento dos depósitos a prazo.

As OT são Melhores do Que os Certificados de Aforro?

O risco das OT é semelhante ao risco dos certificados de aforro, pois o emitente é o mesmo (o Estado). No entanto, as taxas de juro das OT são mais interessantes do que os certificados de aforro (a não ser na série C mas neste caso o prémio só irá durar até final de 2016). Para montantes mais baixos e para prazos mais reduzidos os certificados de aforro deverão ser uma opção mais vantajosa.

As OT são Melhores do Que os Certificados do Tesouro Poupança Mais?

O risco das OT é semelhante ao risco dos certificados de aforro, pois o emitente é o mesmo (o Estado). As taxas de juro na sua componente fixa são semelhantes nos dois produtos, sendo que nas OT têm a possibilidade de subida no futuro e nos CTP+ o prémio potencial está dependente do crescimento do PIB acima de determinados níveis. Ao nível de comissões, os CTP+ são mais interessantes (não têm todas as comissões associadas). Assim, para tomar a sua decisão terá de ver o que o deixa mais confortável em termos de incerteza.

E Porque Não Fundos de Investimento?

É possível investir em Obrigações do Tesouro do Estado Português e de outros estados através de fundos de investimento. Com isso consegue diversificar o seu risco, investir com montantes mais reduzidos e ter mais liquidez (sem prejudicar o seu retorno). Pode acontecer que a taxa não seja tão atrativa, mas aí também estará a correr menos riscos. Pense sempre que mais risco equivale a mais retorno e que deve investir para prazos mais alargados para aumentar a probabilidade de ganhar dinheiro.



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