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Fique com as nossas dicas para reduzir custos e otimizar as suas finanças.

Finanças Pessoais

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6 min Partilhar 1 de Fevereiro, 2023

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Organizar as suas finanças é quebra-cabeças para si? Não sabe por onde começar e por isso nunca dedicou muito tempo a esta tarefa? Acha que se tiver um orçamento irá ter a sua vida limitada?

Talvez sejam estes os pensamentos que lhe ocorrem quando ouve falar na necessidade de organizar as suas finanças. Mas e se lhe dissermos que está enganado? Que organizar as suas finanças lhe irá permitir ter mais dinheiro e por isso viver melhor? Provavelmente nesta altura estará a olhar para este artigo com um semblante de desconfiança. Mas continue a ler. Vamos de forma simples provar o que estamos a dizer.

Liste os seus rendimentos e despesas

Para organizar as suas finanças tem de partir por começar por saber quais os seus rendimentos mensais. Se trabalha por conta de outrem sabe certamente quais são os seus rendimentos mensais, mais difícil será para os quem é trabalhador independente que pode não ter um rendimento mensal certo. Se for este último o seu caso considere o seu valor mensal mais baixo, será o seu pior cenário.

Depois liste todas as suas despesas que teve no mês passado (retire os valores do seu extrato bancário) e some-as. Se o seu valor exceder o valor dos rendimentos esteve a gastar acima das suas possibilidades. Ou seja, esteve a gastar poupanças que tinha, ou pior, está a ficar endividado. Em qualquer das situações chegou a altura de agir e tomar as rédeas das suas finanças.

Não se endivide excessivamente 

Se o seu saldo mensal entre receitas e despesas é negativo, poderá estar a entrar numa situação preocupante. Sabemos que com o aumento das taxas de juro as prestações dos créditos bancários para quem tem crédito indexado à Euribor subiram o que pode ser a causa do seu problema atual. Mas calma existe uma solução: organizar as suas finanças.

Lembre-se que se entrar em incumprimento nas suas prestações financeiras irá entrar na lista negra do Banco de Portugal (ou seja, ao deixar de pagar as prestações do seu crédito esse facto irá constar no Mapa de Responsabilidades de Crédito o Bando de Portugal) e terá no futuro dificuldade na obtenção de novos créditos bancários. Por outro lado se deixar de pagar algumas das contas de casa como a eletricidade ou gás este pode ser-lhe cortado. Assim, tem mesmo de tomar controlo da sua situação financeira.

O seu rendimento mensal terá de ser igual à suas despesas mensais

Se só agora tomou consciência da situação das suas finanças, defina como objetivo imediato não gastar mais do que o que ganha. Só assim poderá ter uma vida sem sobressaltos. Mas como fazer?

Categorize as despesas

Junte as suas despesas em grandes categorias: empréstimos (incluindo dívida do cartão de crédito), alimentação, vestuário, serviços (água, luz, eletricidade, telecomunicações), educação, transportes (onde incluirá o que gasta em combustível), seguros, lazer e outros. Nesta última categoria irá incluir tudo o que não cair nas anteriores.

Depois de categorizar as despesas chegou a altura de organizar e reduzir o que gasta em cada delas. Estará a organizar as suas finanças e a ganhar controlo da sua vida. Por isso mãos à obra.

Reduzir encargos financeiros dos seus empréstimos

Calcule a sua taxa de esforço

Os seus encargos com prestações de crédito não devem exceder 30% do seu rendimento mensal líquido. Dito de outra forma, a sua taxa de esforço não deve ser superior a 30% sob pena de poder entrar em incumprimento. Existem outros gastos mensais como água, eletricidade, gás e comida que terá mesmo de ter e por isso o deixar de ter dinheiro para pagar as prestações do seus créditos poderá ser uma realidade.

Assim, o passo seguinte será calcular a sua taxa de esforço dividindo a totalidade dos seus encargos financeiros (incluindo a dívida do cartão de crédito) pelo seu rendimento líquido. Se for superior a 30% ou perto deste valor chegou a altura de agir. E começar a organizar as suas finanças.

Reduza a sua taxa de esforço

Se reduzir a sua taxa de esforço pelo aumento dos seus rendimentos não é fácil, então terá de tomar medidas para baixar os seus encargos financeiros mensais. E existem várias maneiras para o conseguir.

Renegociar créditos

Uma delas será renegociar os seus créditos, ou seja, negociar de novo os seus créditos atuais. Com a renegociação irá alterar as condições dos seus créditos para que a prestação mensal baixe. Poderá negociar um aumento do prazo, pedir carência de capital, negociar a taxa de juro ou alterar o plano de pagamento.

Poderá renegociar todos os seus créditos ou apenas um. Mas terá de falar com as instituições financeiras onde tem crédito e de fora fica certamente a dívida do cartão de crédito.

Consolidar créditos

Outra das opções ao seu dispor será consolidar créditos. Ou seja juntar todos os seus créditos (incluindo a dívida do cartão de crédito) num só empréstimo por forma a que a prestação mensal seja mais baixa do que o somatório das anteriores.

Se apenas consolidar créditos pessoais e cartão de crédito o prazo não será muito alargado e por isso a prestação pode ser ainda elevada, mesmo com a taxa máxima definida pelo Banco de Portugal (ver aqui)

Mas existe uma opção que lhe permite baixar substancialmente a sua prestação: o crédito hipotecário.

Consolidar num crédito hipotecário

Decerto já reparou que a taxa dos seus créditos pessoais é mais alta do que a do seu crédito habitação. A razão é simples: para este último o banco tem como garantia do seu pagamento a hipoteca da sua casa.

Assim, a sua outra alternativa será consolidar os seus créditos num empréstimo dando como garantia do seu pagamento a hipoteca de algum imóvel de que seja proprietário, o denominado crédito hipotecário). O seu crédito terá não só uma taxa mais baixa, mas também um prazo mais longo, regendo-se pelas regras do crédito habitação.

Liquidar a dívida do cartão de crédito

Se optou por renegociar créditos e deixou de fora a dívida do seu cartão de crédito então liquidar essa divida tem de se uma das suas prioridades. Isto porque esta cresce todos os meses se não tiver o pagamento do saldo do seu cartão a 100% e continuar a usá-lo durante o mês.

Assim a primeira coisa que tem de fazer, não é só tomar consciência de que existem gastos mensais nos quais não deve mesmo usar o cartão de crédito, é mesmo deixar de usar o seu cartão de crédito. Ao continuar a usar cartão de crédito não só estará a gastar este mês dinheiro do orçamento do mês seguinte como estará a aumentar a sua dívida.

Por isso importa fixar a sua divida e começar a amortizá-la rapidamente até a liquidar na sua totalidade. Não se esqueça que sobre o montante que deixa para pagar nos meses seguintes irá pagar juros altos e cuja taxa até pode ser mais alta do que a taxa de juros trimestral divulgada pelo Banco de Portugal aplicável aos novos cartões. Por isso foque-se em liquidar esta dívida no mais breve espaço de tempo

Amortizar créditos

Outra das opções ao seus dispor será amortizar créditos. Se tem poupanças para além do valor que tem de parte no seu fundo de emergência, use-as para amortizar créditos, de preferência liquidá-los.

Reduzir prémios de seguros

Outros gastos que também deve rever são os prémios que paga nos seus seguros. Não se trata de acabar com seguros, mas sim reorganizar os seus seguros.

Certamente não terá seguros que não precisa, mas será que estes têm as coberturas que precisa? Não terá coberturas a mais? Ou não terá a menos? Neste último caso se o seguro automóvel for apenas de responsabilidade contra terceiros não lhe compensará ter um seguro de danos próprios, poderá pagar um prémio maior, mas poderá evitar gastos futuros elevados em caso de acidente do qual seja culpado.

Mas excluindo esse caso o importante será reduzir os prémios que paga pelos seus seguros.

Aproveite o facto de existir uma grande concorrência entre as seguradoras. Use isso a seu favor. Peça propostas a outras seguradoras para todos os seus créditos e compare-as. Mas lembre-se só pode comparar se tiverem as mesmas coberturas e exclusões. Peça-nos ajuda. Iremos ajudá-lo a encontrar a melhor oferta a um menor preço.

Se existir uma seguradora na qual pagará menos, não hesite mude. Tenha apenas cuidado no seguro de vida associado ao crédito habitação se o tiver contratado na instituição financeira que lhe concedeu o crédito. Poderá e perder a bonificação do spread que lhe deram e resultado dessa contratação. Faça contas e veja se compensa. E compensar não existe mude. Lembre-se que está a organizar as suas finanças.

Reduzir as demais despesas

Depois de ter reorganizado duas grandes categorias chegou a altura de “atacar” as restantes despesas.

Na alimentação existem alguns “truques” para baixar as suas despesas apesar da inflação:

  • Opte por marcas brancas e compre em promoções
  • Planeie as suas refeições e compre apenas o que precisar evitando desperdícios
  • Faça refeições com reaproveitamento de sobras

No lazer considere reduzir os jantares fora de casa com os amigos. Faça jantares em casa em que todos contribuem. Irá gastar menos e certamente irão estar mais à vontade sem problemas de horas.

Evite compras por impulso. Recorra à regra das 72 horas. Verá que reduz o que gasta por mês em compras.

Quanto aos gastos de água, eletricidade e gás aplique todos os truques de poupança que certamente conhece.

Ao organizar as suas finanças organiza a sua vida

Ao tomar controlo das suas finanças irá organizar a sua vida, ganhando liberdade em gastar o seu dinheiro. E com isso 2023 será certamente um bom ano.

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