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Como Reduzir o Endividamento

Finanças Pessoais

Como Reduzir o Endividamento

3 min Partilhar 23 de Março, 2018

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Endividamento

Tendo feito o Diagnóstico da sua Situação Atual através da construção do Balanço Familiar e do seu Orçamento Familiar, está já na posse de uma grande parte da informação de que necessita para iniciar um verdadeiro caminho de corte de custos.

Antes de começarmos importa trazer um alerta: a melhoria das nossas condições de vida é um processo contínuo, demorado e que vai envolver sacrifício:

  • Contínuo porque as tentações de consumo são demasiadas;
  • Será tanto mais demorado quanto mais grave for a sua situação financeira;
  • Envolver sacrifício pois vai ter de cortar despesas que eram consideradas prioritárias e essenciais (quando na prática não o são), e isso implica na redução do seu nível de vida.

Feito este alerta, uma palavra de motivação: A melhoria da sua vida será tanto maior quanto maior for o seu empenho neste processo. No início é difícil notar melhorias mas com o tempo as melhorias serão cada vez mais visíveis.

Foquemo-nos agora no ataque a um dos grandes problemas das famílias portuguesas: o endividamento:

  1. Pagamento Progressivo dos Vários Créditos;
  2. Consolidação de Créditos;
  3. Renegociação das Várias Condições de Crédito;

Pagamento Progressivo dos Vários Créditos:

Tendo feito a identificação dos vários créditos, sugerimos que os ordene tendo por base o crédito com a taxa de juro mais elevada. Alguns autores defendem que a ordenação deve ser feita tendo por base o prazo ou o montante (colocando no topo o crédito com o prazo mais curto ou o montante mais baixo) para que possa beneficiar de um efeito de motivação à medida que vai eliminando os seus vários créditos. Defendemos que faça a ordenação pela taxa de juro pois ao eliminar o crédito com taxa mais elevada irá reduzir mais fortemente o valor dos juros pagos e, consequentemente, o seu custo total.

Feita esta ordenação, deverá focar todo o seu esforço no pagamento do crédito com a taxa de juro mais elevada. Todo o rendimento disponível deverá ser utilizado para se libertar deste crédito. Ao eliminá-lo, o rendimento que é libertado deverá ser utilizado para pagar o segundo crédito. E assim sucessivamente.

Acontece muitas vezes que depois de pago um crédito a pessoa sente-se com mais rendimento disponível e acaba por contrair novos créditos ou fazer despesas menos prioritárias, esquecendo-se que a prioridade nesta altura passa por acabar de vez com todos os seus créditos.

O processo em questão é demorado. Mas é um caminho possível e com resultados muito satisfatórios.

 Consolidação de Créditos:

Uma segunda etapa que poderá ser interessante em alguns casos consiste na consolidação de créditos. A Consolidação é um processo conhecido como “juntar os créditos todos num só” e que pode implicar na redução de prestações na ordem dos 40%-60%. Na prática, esta redução é conseguida em duas formas:

  1. Aumento do prazo médio dos empréstimos;
  2. Redução da taxa média dos empréstimos.

Surgem logo críticas a este processo na medida em que o valor global dos juros pagos ao longo dos vários contratos é maior. No entanto, importa não esquecer que a consolidação pode ser a diferença entre cumprir ou não cumprir com as suas obrigações financeiras.

Infelizmente, desde o eclodir da crise financeira que a consolidação de créditos está cada vez mais difícil. Na prática, a consolidação consiste num crédito novo. Assim, será de salientar que muitas das pessoas que procuram esta alternativa:

  • Já têm incidentes no Banco de Portugal ou atrasos de pagamento de prestações;
  • Não cumprem com os rácios de taxa de esforço e de endividamento;
  • Estão desempregadas (na maioria dos casos basta apenas um dos membros do agregado estar nessa situação para ver o seu pedido recusado).

Sendo uma alternativa ao dispor, convém procurar um aconselhamento independente de modo a perceber se será ou não a melhor alternativa.

Renegociação das Várias Condições dos Créditos

Uma terceira alternativa ao dispor passa para renegociação das várias condições dos créditos que tem atualmente. Apesar de ser uma alternativa mais demorada, na medida em que implica o contacto com todos os credores e um processo negocial tendencialmente moroso, os resultados práticos são semelhantes aqueles da consolidação de créditos. Uma vantagem adicional é que é uma alternativa que está ao alcance dos clientes bancários que têm incidentes bancários ou atrasos de pagamento de prestações.

As várias instituições financeiras estão muito abertas à negociação com os seus clientes, na medida em que o incumprimento dos contratos de crédito tem disparado (encontra-se mesmo nos valores mais elevados de sempre!).

O que pode ser negociado:

  • Prazo – Aumento do Prazo;
  • Redução de taxas de juro;
  • Períodos de Carência de Capital;
  • Perdão de juros vencidos;
  • Transformação de cartões de crédito em créditos pessoais;
  • Entre muitos outros.

Como na consolidação, deverá procurar um aconselhamento independente de modo a perceber quais as melhores alternativas ao seu dispor. Na maioria dos casos, o aconselhamento é gratuito.



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